Bali, para mim, ainda é minha ilha preferida na Indonésia. A maior parte dos mochileiros acha um absurdo a minha opinião, pois consideram Bali muito turístico. E por que motivo o que é turístico é ruim? No fundo não somos todos turistas? Mas enfim, Kuta é bastante turístico como a maioria diz, até por ser perto de Denpasar, onde fica o maior aeroporto de Bali. Ubud também é bastante turístico, e na minha opinião até mais que Kuta, mas todo mundo vai e adora! Agora, tirando esses dois destinos, o resto da ilha é bastante tranquilo, com poucos turistas e muitos balineses.
Alugamos um carro e pegamos a estrada central da ilha, que vai de Denpasar a Lovina. O caminho não pode ser mais lindo: terraços de plantações de arroz, templos, vales e montanhas. As estradas são todas pequenas e muito, mas muito movimentadas. Não existe muita regra de trânsito, mas limite de velocidade não é um problema, pois dificilmente se consegue atingir velocidade maior que 60 quilômetros por hora – eu diria que a média é de 40. Os carros, caminhões e motocicletas ultrapassam ao mesmo tempo, muitas vezes sem se importar se vem alguém no sentido contrário ou não, eles que desviem! E no fim tudo dá certo. Em um mês que passei na Indonésia, só vi um acidente de moto, e mesmo assim nada grave. Aqui as crianças dirigem motos desde os 10 anos de idade, e dificilmente se vê menos de 3 pessoas sobre uma. Mas voltando ao assunto, vale muito a pena alugar um carro pra ter a liberdade de parar para fotos. Em aproximadamente 4 horas se vai do sul ao norte, chegando a Lovina. Lovina é uma praia de areia escura, como a maioria por aqui, devido aos resíduos vulcânicos.
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Vista da estrada, de Denpasar a Lovina. |
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Praia de Lovina, ao nascer do sol. |
Chegamos a Lovina e fomos recepcionados pelas três Mades, que vieram oferecendo pulseirinhas, cangas, massagens e o que mais fizéssemos menção de precisar: fazemos qualquer negócio! Todos aqui são assim: se a gente pergunta as horas, oferecem relógios. Voltando pro hotel molhado do mar? Toalhas. Mas não é nada agressivo, chega a ser engraçado. Eles insistem um pouco, mas aí se a gente muda de assunto eles se divertem também, conversam, fazem as perguntinhas básicas: Where are you from?, Where are you going? What’s your name? E toda vez ao responder “Brasil”, o comentário é “Ohhh, Brasil!!! Ronaldo! Kaká!”. Meus amigos decidiram que iam começar a mentir que eram do Brasil, porque o entusiasmo não é o mesmo quando a resposta é “England”, ou “Sweden”, ou qualquer outro país europeu. Isso tem de monte por aqui, não é motivo pra empolgação.
Perto de Lovina visitamos um templo budista e águas termais. Lindos ambos, um dos pontos fortes da viagem.
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Templo budista Brahma Vihara Arama. |
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Águas termais, ou Air Panas. Em Banjar. |
Seguimos viagem para a costa oeste, onde paramos em Medewi para a cerimônia da maior Lua Cheia dos últimos anos. Todos no hotel estavam muito felizes com a presença do sacerdote que só aparece em ocasiões especiais. E eu feliz por ver tudo aquilo e tirando fotos sem parar. Um senhor me parou pra fazer as perguntinhas básicas que todo indonésio faz, e no meio da conversa me dei conta e perguntei se ele era o sacerdote. Sim, era ele! Comentando com o pessoal que trabalha no hotel sobre o ocorrido, todos ficavam impressionados: não é qualquer um que tem a honra de falar com o sacerdote! E isso foi exatamente o que senti quando descobri quem ele era, e foi a resposta que dei pra ele: é uma honra! Recebi a benção e o desejo de uma boa viagem. Com tantos deuses me protegendo, nada pode dar errado!
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Esse sentado na casinha é o sacedote. |
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Cerimônia da Lua Cheia. |
De Medewi recrutamos locais pra nos levar pra uma trilha no West Bali National Park. Dois dias de trilha, subindo e descendo morro com muita lama devido à época de chuva, muitas sanguessugas, plantas que irritam a pele, banho em cachoeira, fogueira pra esquentar a água do café, cozinhar o frango do jantar. E muitas frutas diferentes, que só Deus sabe o nome... Nessa noite houve um terremoto que não sentimos, pois dormimos em redes. E durante a noite muitos sons da floresta: macacos, mosquitos, veados...
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Trilha no West Bali National Park. |
Voltamos a Medewi e fomos então para Ubud. É realmente lindo, todos os hotéis tem um pequeno jardim central, com os quartos em volta. A cidade é uma obra de arte: esculturas que não acabam mais, muitos artistas locais com oficinas por todos os lados, restaurantes com vista para as plantações de arroz... Mas muito mais caro do que os outros lugares de Bali.
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Entrada do meu hotel em Ubud. |
De volta a Kuta, algo me dizia que eu devia ir para Lombok, outra ilha da Indonésia que não estava nos planos iniciais. Vamos?