domingo, 1 de maio de 2011

Comendo cobra

Não podia ir embora do Vietnam sem experimentar uma carne exótica. Cheguei em casa depois de um dia passeando pelo centro de Hanoi e convidei a Erika para uma aventura gastronômica. Cachorro ela não tem coragem de experimentar, mas cobra ela também queria conhecer. Pegamos um taxi e fomos a La Mat, o bairro onde se encontram os restaurantes que servem cobra.

Chegando lá não foi tão fácil assim de encontrar um restaurante: eu imaginei, e acho que ela também, que seria um do lado do outro. Andamos um bocado pelas ruelas escuras do bairro até que achamos um lugar onde tinha uma placa com a figura de uma cobra, e apesar de não parecer imaginamos que devia ser um restaurante. Era.

Subimos, dissemos que queríamos ver a cobra e começamos a negociar o preço. 1 milhão por quilo – o equivalente a 100 reais. Bem caro! Através de mímica e de algumas palavras em vietnamita que a Erika já consegue falar, explicamos que 1 quilo era muito pra nós duas. Mas o cara tava irredutível. Aí chegou um outro com um saco de juta, virou o saco e jogou uma cobra no chão. Que medo! A cobra nervosa começou a vir na nossa direção com algumas paradas na posição original de bote. Mudamos de ideia rapidinho e começamos a falar: não, não, não, não, pode guardar, não queremos ver mais a cobra – tudo isso com cara de pânico e as pernas em cima da cadeira ao lado. Me deu até ataque de riso de tão nervosa que fiquei!

O cara guardou a cobra e foi embora. De repente surgiu com outro saco: não, não, não, não queremos ver (cara de pavor de novo, outro ataque de riso!). Mas ele insistiu e tirou a outra cobra, só que dessa vez segurou na mão, pra nos mostrar o tamanho dela. Era menor que a outra, mas ainda muito grande. Por último ele veio com outro saco, e dessa vez se convenceu que a gente não queria ver MESMO e que confiávamos nele, e então compramos uma cobra de meio quilo.

Perguntaram se queríamos tomar o sangue: sim, é tradição tomar o sangue da cobra misturado com vinho, e depois engolir o coração ainda pulsando. Dizem que é afrodisíaco. Afrodisíaco ou não, recusamos. Até porque já tinham me falado que o gosto é horrível, de sangue mesmo!

No fim trouxeram a carne preparada de várias maneiras: com legumes, rolinhos primavera, em forma de farofa, etc. A carne tem gosto bom, mas é meio borrachuda.

Nós no restaurante.

Carne de cobra.
PS: como foi difícil de achar, deixo aqui o endereço do restaurante em que fomos, para quem quiser experimeitar: 

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