segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sydney

Da primeira vez que estive em Sydney a cidade não me impressionou. Achei legal, mas nada de especial. Na minha opinião, a cidade é muito grande, espalhada, e pra ajudar o transporte é caro (paguei AU$ 48 pelo passe semanal de ônibus, trem e ferry). Cheguei na cidade com tempo ruim, como da primeira vez. Como o que mais queria conhecer eram as praias, passei os dois primeiros dias esperando uma melhora do tempo e andando por bairros que ainda não conhecia. Nada de muito interessante. No terceiro dia acordei com sol. Uhuuuu! Botei meu biquíni e fui pra Manly. Muito legal! Mas aí cheguei à conclusão de que gostei porque não parece Sydney... E é tão longe que na verdade acaba sendo como se fosse outra cidade mesmo.

Praia de Manly.

The Corso, a rua que leva do ferry até a praia.

Decidi que iria voltar pra Manly no dia seguinte pra fazer uma das trilhas, já que não tinha levado meus tênis comigo, e acabei indo pra Coogee Beach e caminhando até Bondi Beach no mesmo dia. Lindo!


Coogee Beach.



Eastern Beaches Costal Walkway.


Uma das praias no caminho.

Bondi Beach.
 
É interessante como muitas praias na Austrália têm um clube ou piscina do lado, quase dentro do mar. Será por causa dos tubarões, ou águas vivas?

Essa fica em um clube, em Bondi.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Great Ocean Road

Como mencionei antes, tinha planos de fazer essa viagem com mais calma e em aproximadamente 2 ou 3 dias, mas por causa da carona que não aconteceu, acabei fazendo em apenas 1 dia. Foi bem corrido, a vontade é de parar e aproveitar cada praia, cada canto com mais calma. Mas foi melhor do que não ter ido. Na verdade, os 12 apóstolos, que são o cartão postal da Great Ocean Road, são realmente incríveis. Adoro ter altas expectativas e mesmo assim me surpreender. O último lugar que me lembro de ter sentido isso foi em Roma, com o Coliseu. Quando a imagem é muito batida, a impressão é de que não pode ser tão impressionante assim. Mas é. Lindo! E ainda mais lindo pessoalmente do que nas fotos.

Os 13 apóstolos (contando comigo!)

Que na verdade atualmente são só 8, 4 já caíram e a previsão é de que desapareçam daqui alguns anos... :(

Os outros lugares que visitamos no tour também são impressionantes, como Otway Rainforest, Loch Ard Gorge, London Bridge ...


Loch Ard Gorge.


London Bridge.


Bibliotecas

Infelizmente o mundo ainda não está tão informatizado a ponto de ter internet gratuita por todos os lados. No Brasil ainda que temos bastante, é difícil ir a algum restaurante ou bar que não tenha wifi. Mas na Australia e Nova Zelândia isso ainda parece estar longe de acontecer. Tirando o Mc Donalds, que tem me salvado na maior parte das vezes, a melhor dica que posso dar é procurar por bibliotecas. A maior parte delas, mesmo em cidades pequenas, oferece computadores com tempo limitado de conexão ou conexão wifi ilimitada, e ainda por cima com tomadas para plugar o computador. Além de ser um ambiente mais agradável, muitas vezes acabam sendo surpreendentes também para os olhos, como a biblioteca estadual em Melbourne:


State Library of Victoria.


Em uma das salas da biblioteca. 4 andares e paredes inteiras cheias de livros!


De Melbourne para Sydney

Uma semana em Melbourne e ainda assim não vi tudo que queria! Me emprestaram uma bicicleta que acabou sendo meu único meio de transporte, além de minhas próprias pernas, para andar pela cidade. Nos últimos dias já me localizava sem o mapa, dava informações pelas ruas, estava me sentindo em casa! Com a bicicleta fiz um passeio ao longo do Yarra River, passei um dia ensolarado na praia e bairro de St. Kilda, saí a noite,...


Manhã de sol pedalando no Yarra River.


Yarra River.

Calçadão da praia de St. Kilda.

St. Kilda.

Aprendi por aqui, que na Australia a maioria dos bares se chama “hotel”, porque antigamente somente hotéis conseguiam licença pra vender bebidas alcoólicas, então todos que queriam ter um bar abriam um hotel, com uns dois quartos, só pra dizer que eram hotéis, e então podiam funcionar legalmente.


Quase todos pubs se chamam hoteis na Austrália. Esse aí fica em Sydney.


E também aprendi a andar de bicicleta sem as mãos! Tão fácil, acho que na verdade era só questão de ter a cobinação bicicleta boa + pavimento regular. Lembrei da piadinha “mira mama, sin las manos!”. :)

Acabei ficando mais tempo em Melbourne porque estava tentando arranjar uma carona para Sydney, que acabou não sendo tão fácil como eu imaginei que seria. Ou a carona saía mais cedo do que eu queria, ou tarde demais.  Ou então confirmavam e desconfirmavam depois, o que é o pior de tudo. Foi por esse motivo que acabei fazendo uma viagem de apenas 1 dia para a Great Ocean Road, tinha que voltar para pegar minha carona, que arranjei em um site específico para isso,  no dia seguinte. Mas quando voltei o cara havia cancelado. Aí acabei pegando um ônibus pinga-pinga estilo aqueles que vão pro litoral no verão, mas pra uma viagem um pouco mais longa. Foram 14 horas de viagem e 26 paradas! Pelo menos uma delas foi em Canberra, e deu pra ver que realmente não perdi nada não tendo ficado por lá. É simplesmente uma capital, mas ainda mais sem graça que Brasilia (desculpas aos amigos de Brasilia, mas ainda não consigo gostar da cidade. Taí um desafio lançado pra próxima vez que eu for à capital!).


E ainda por cima têm uma rua que chamam de bunda!


Cheguei em Sydney em uma noite de domingo e meu amigo Rapha foi me buscar na rodoviária. Minha missão: aprender a gostar de Sidney em aproximadamente 5 dias.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ozzieland!

Apesar de ter a impressão de que não ia gostar tanto da Australia como da Nova Zelândia, já estava na hora de trocar um pouco de ares. E de ter um pouco mais de independência, pois com o Kiwi Experience, ainda mais na alta temporada, não podia decidir de última hora se queria ficar mais tempo em uma cidade ou partir para outra. O que planejei pra Australia é completamente diferente. Tenho 6 semanas aqui e a única coisa que sei é que chego em Melbourne e parto de Darwin. O resto posso decidir na hora.

E começar por Melbourne foi definitivamente uma ótima escolha. Continuo sem saber explicar porque gosto tanto dessa cidade, mas poderia morar facilmente aqui. A cidade tem vida, é cheia de centros culturais e construções incríveis, tem inverno frio e verão quente, como em Porto Alegre, mas com o diferencial de ter praias muito melhores. E além disso tem os Melbournians, que não poderiam ser mais acolhedores. E foi assim que cheguei para ficar 3 dias e acabei ficando 7!

A mais ou menos 1 mês e meio atrás enviei uma solicitação para 2 couchsurfers que moram juntos em Melbourne, torcendo muito para que eles me aceitassem. Eles moram em 4 em uma casa em Colingwood, a 45 minutos a pé do centro da cidade, e pelo perfil deles sabia que não ia querer ficar na casa de mais ninguém se não fossem eles. Mais ou menos 1 semana depois recebi a confirmação de que eu poderia ficar com eles, e acho que não poderia ter feito escolha melhor! Cheguei na casa deles pelas 9h da manhã, depois de ter virado a noite pra ir pro aeroporto e de não ter dormido nada no voo da Jetstar. Já tinha visto aviões com poltronas que não reclinam quase nada, mas não reclinar nada foi novidade para mim. Foram 4 horas de voo nessas condições e com crianças chorando ao meu redor. Então dá pra imaginar a minha felicidade ao chegar na casa deles. E fui recebida com entusiasmo, crepes pro café da manhã e planos para o resto da tarde. E sol e calor, daqueles insuportáveis de não saber onde se enfiar. Mesmo assim, dei uma dormidinha de uma hora pra me recuperar um pouco e aí fomos para praia de Brighton. Cheia, conforme previsto para um domingo ensolarado. O mar mais quente do que eu imaginava, foi um dia perfeito e tipicamente australiano, com fish & chips no final da tarde (o primeiro da minha vida!) vendo o por do sol no mar.


Praia de Brighton, em Melbourne.

Fish & Chips depois da praia. Aaron, Emma, Simon e eu.


Hokey Pokey

Não dá pra vir pra Nova Zelândia e não experimentar Hokey Pokey. É tipo um caramelo crocante que eles botam em sorvetes, biscoitos, chocolates... E a melhor forma, na minha opinião, são os biscoitos. Se chamam Squiggles. Eles tentam imitar na Australia chamando de honeycomb (só pra serem diferentes), mas não é a mesma coisa. Hummmm!!!

O pacote.

O biscoito, melhor que os Tim Tams australianos!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Últimos dias na Nova Zelândia

Depois de Christchurch, passei de novo por várias cidades que já havia passando quando estava indo para o sul. Só que dessa vez com chuva. Realmente tive sorte com o tempo durante minha estada, porque quando o tempo está ruim todas as atividades são canceladas e não se tem muito o que fazer. Dá pena de quem tem o tempo contado e não pode esperar por uma melhora do clima.

Pra mim o tempo melhorou exatamente quando eu precisava: indo para o extremo norte da Nova Zelândia, Bay of Islands, mais especificamente Paihia. Havia decidido ficar três noites em Paihia para aproveitar praia e porque queria passar meu aniversário na praia. São Pedro não me decepcionou.

Paihia.


No meu primeiro dia fiz um passeio a Cape Renga, extremo norte da Nova Zelândia. O local é bastante importante para os maoris, pois se acredita que é para lá que todos eles vão depois que morrem, e que a alma deles deixa a ilha através de uma pequena árvore que eles chamam de Te Aroha.  Aparentemente, os espíritos deles descem para o mar usando as raízes dessa árvore como degraus, e então continuam a jornada deles para o Hawaiki, ou mundo espiritual.

Cape Renga.

O farol.

Olha a árvore lá na pontinha!


O guia desse passeio era maori e ficou sabendo do meu aniversário no dia seguinte, e como seria o dia de folga dele, gentilmente se ofereceu pra me mostrar a região e explicar mais sobre a cultura local. E foi o que eu fiz, depois do meu tão esperado salto de paraquedas pela manhã. Ou nem tão esperado assim.

Decidi saltar depois de tanto me oferecerem saltos pela Nova Zelândia, e de ouvir as experiências de quem fez. Acho que era a única coisa na minha vida que sempre disse que nunca ia fazer, e por isso achei que ia ser algo bem marcante para o meu aniversário de 30 anos – que não é bem uma data feliz. Sabia que ia estar nesse dia em Paihia, e durante minhas andanças pelo país ouvi falar que esse é o lugar de onde se salta mais alto (16 mil pés) e que era também o lugar mais barato. E como barato e grátis são minhas palavras preferidas, decidi que ia encarar. Torcendo um pouquinho – mas bem pouquinho! - pra que o tempo estivesse ruim, assim o salto seria cancelado.

O dia estava perfeito! Um dos melhores de toda minha viagem! Me buscaram no albergue e fui. O medo maior é antes, até chegar ao aeroporto, vestir a roupinha e te amarrarem.

Medo!


No momento que entrei no avião – e depois de ter certeza de que o meu instrutor não sofria de depressão e ainda tinha amor pela vida - decidi que não ia ter medo e que ia aproveitar. O voo dura uns 30 minutos, e a vista é linda! Estávamos em seis mais o piloto, sentados no chão de um avião minúsculo, quase que um por cima do outro. Eu estava torcendo pra não ser a primeira a saltar, porque na minha cabeça se eu fosse a primeira e algo de errado acontecesse, não ia ter ninguém pra me segurar. Fui a última. E quando realmente chegou a hora, não dá tempo de ter medo. É sentar na porta do avião e pular, ou “ser pulada” pelo cara que estava grudado nas minhas costas. A melhor parte é no início, durante a aceleração. Depois que se atinge a velocidade máxima (aproximadamente 200 km / hora), a sensação é de estar flutuando. E aí é difícil de prestar atenção em tudo. Durante os 70 segundos de queda-livre não sabia se aproveitava a vista, se me concentrava na sensação de estar caindo ou se respirava. Porque dependendo da posição da cabeça, o ar entra rápido demais e não se consegue respirar.  Quando tinha esquecido já que em algum momento o paraquedas ia abrir, ele abriu. E aí é como se fosse outro brinquedo num parque de diversões. O instrutor comanda o paraquedas fazendo giros, mudando de velocidade e direção. Aterrisei com um sorriso no rosto que permaneceu até o dia seguinte.

Tentando respirar e apreciar a vista ao mesmo tempo!


A tarde fui pra praia com o Rob (o guia maori) e então ele me levou, de carona na sua bicicleta, a Waitangi, onde foi assinado o Tratado de Waitangi, que tornou a Nova Zelandia parte do império britânico, mas garantindo os direitos dos maoris sobre as terras. O lugar é bem bonito, e as histórias são demais. Aprendi que existem diferentes tipos de esculturas maoris, variando de tribo para tribo. E que a maior parte delas conta a história de Kupe, o primeiro maori a chegar na Nova Zelândia (vindo da Polinesia). Geralmente as esculturas mostram ele, a esposa e o neto, que foi quem voltou pra Nova Zelândia pra colonizar o país.

Coluna maori.

Uma waka (canoa maori).

Eu e Rob.


E então encerrei minha estada na Nova Zelândia com mais 2 noites em Auckland. A cidade é bem legal, mas cheia de brasileiros. Acho que até agora, foi o lugar onde mais ouvi português. Mais até do que em Sydney.  

Harbour.


Domain.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Top 5 destinos na Nova Zelândia!

1.       Taupo (Ilha Norte) – Tem o maior lago da Nova Zelândia, um dos melhores destinos durante o verão. Um bom comércio na cidade e muitos bares, sempre lotados! Além disso, é de lá que se sai pra fazer Tongariro Crossing, na minha opinião o melhor trecking do país (vale lembrar que não fiz nenhum em Milford Sound, que talvez seja melhor!). Paisagens lindíssimas, nenhuma foto traduz a realidade.

Taupo.

Tongariro Crossing.

2.       Rotorua (Ilha Norte) – Nunca tinha visto uma cidade assim antes, e por sua exclusividade entrou na minha lista. Devido à atividade vulcânica, tem fumaça saindo por todos os lados e forte cheiro de enxofre.  Recomendo uma visita ao parque da cidade, para ver os lagos borbulhantes.
Rotorua.

3.       Nelson (Ilha Sul) – A cidade é bonitinha, tem praia, e fica próxima ao parque nacional de Abel Tasman, onde se podem fazer várias trilhas e tem paisagens incríveis!
Nelson.

Abel Tasman National Park.

4.       Wanaka (Ilha Sul) – Cidade próxima a Queenstown, mas mais barata e com menos turistas. Tem um lago lindo e montanhas ao redor. Fiquei só meio dia na cidade, gostaria de voltar e ficar mais pra fazer algumas trilhas nos morros...
Wanaka.

5.       Queenstown (Ilha Sul) – Indescritível! A cidade é cheia de vida, todas as atividades que se encontram ao redor da Nova Zelândia se concentram lá: rafting, bungys, skydive, canyoning, trackings,... Além disso fica próxima a Milford Sound, um dos destinos mais famosos do país. Vale ficar no mínimo 5 noites na cidade.
Queenstown.

Milford Sound.

Extreme Christchurch!

Durante a viagem, sempre que falava que ia passar 2  noites em Christchurch todos me olhavam com uma cara estranha, dizendo que não tem nada pra fazer na cidade. Aliás, existe esse boato sobre Christchurch e o contrário sobre Wellington, todos acham Wellington mais legal do que Auckland.  Discordo. Sou do contra sim! Auckland é mais legal do que Wellington. E Christchurch é linda, entre as 3 cidades é a mais bonita na minha opinião. Arte e esculturas por todos os lados, lindas construções, muita influência britânica. É a cidade mais britânica da Nova Zelândia.




O mais legal em Christchurch são os terremotos. Foram 3 em menos de 24 horas, e um quarto na madrugada seguinte. Legal pra mim que fiquei pouco tempo na cidade e não estive em nenhum forte, mas não acho que seria capaz de morar em um lugar assim. O primeiro foi na tarde em que cheguei. Estava conversando no quarto e a terra tremeu. Ficamos na dúvida se tinha sido um terremoto ou se um caminhão tinha passado pela rua, ou alguém tinha passado com um carrinho de limpeza no andar de cima. Depois ficamos sabendo que tinha sido mesmo um terremoto. O segundo foi pelas 6h da manhã. Foi longo, não tão forte mas o suficiente pra nos acordar. O terceiro veio logo em seguida, pelas 10h. Esse foi o mais forte, estávamos no sofá do albergue tomando um café. Engraçado que a primeira reação foi se segurar firme no braço do sofá, como se isso fosse adiantar alguma coisa! E o último foi de madrugada de novo, fraquinho, achei até que tinha sonhado, mas mais gente sentiu. Há 3 meses atrás houve um grande em Christchurch, e desde então dizem que vem tendo outros menores, reflexo do maior. Muitas construções na cidade tiveram que ser evacuadas e estão em manutenção, mas não vi nada destruído.
O albergue onde eu ia ficar, em manutenção depois do terremoto.